sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A cura da alma segundo Vianney (cura d’Ars)

Uma das mensagens de Vianney está apresentada em O Evangelho Segundo o Espiritismo [tradução de Salvador Gentile] com o título “Bem-aventurados os que têm os olhos fechados”, no capítulo VIII (“Bem-aventurados os que têm puro o coração). Essa mensagem foi dada por ocasião da presença de uma pessoa cega em uma das reuniões mediúnicas de estudo da Kardec.
            No primeiro parágrafo, ao questionar se o motivo da sua presença na reunião era para proceder a cura da pessoa cega, Vianney afirma que não sabe fazer milagres, “sem a vontade do bom Deus”, a qual podemos associar aos ensinamentos do Mestre quando dizia “tua fé te curou”. Jesus deixava claro que ao estabelecer sintonia com Deus, nós permitimos a nossa cura interior. Não basta acreditar em Deus; é preciso ter a certeza de ser parte integrante da criação divina.
            A seguir, Vianney nos exorta a fazer o seguinte pedido a Deus: “Meu Pai, curai-me, mas fazei que minha alma doente seja curada antes das enfermidades do meu corpo” (grifos nossos). Nessa passagem, o cura d´Ars nos esclarece que a cura é da alma para o corpo e não o contrário. O sofrimento do corpo não garante a cura, mas dá o impulso necessário para a mudança, a oportunidade para que mudemos o nosso interior. A mudança interior, por sua vez, traz a cura.
            Durante todo o tempo de nossa jornada na Terra, nessa ou em outras encarnações, encarnados ou na erraticidade, nós temos contato com a mensagem sublime do Cristo. Porém, ainda assim, nós não estabelecemos sintonia com o divino Mestre e a nossa fé ainda não é suficiente para sermos curados totalmente. Ou seja, o maior médico da história da Humanidade não consegue nos curar se nós não o desejarmos e não trabalharmos a nossa mudança interior. E nos basta “fracos esforços” para vencer as nossas más tendências (O Livro dos Espíritos, questão 909).
            Vianney afirma que “aqueles que estão privados da vista deveriam se considerar como os bem-aventurados da expiação”. Nós enxergamos ou estamos privados da vista? E, se enxergamos, vemos claramente?
            Na passagem “A cura do cego de nascença” (João 9: 1-41, O Novo Testamento – tradução de Haroldo Dutra Dias), Jesus afirma que veio a este mundo “a fim de que os que não veem vejam e os que veem se tornem cegos” (João 9: 39), a qual aparenta uma contradição com a postura do Mestre. E, Jesus continua respondendo aos que estavam entre os fariseus, quando lhe perguntaram se eles também eram cegos: “Se fôsseis cegos não teríeis pecados; agora, porém, que dizeis “vemos”, permanece o vosso pecado” (João 9: 41). A mensagem de sublime amor de Jesus veio para tocar todos os corações da Terra. Então, os que não estão mais satisfeitos em ver as coisas do mundo, admirarão as obras do Criador com os olhos do espírito ao se aprofundarem nas verdades transmitidas pelo Cristo. Quanto aos que enxergam as coisas do mundo e se comprazem com elas, esses continuarão cegos para as imagens celestiais do nosso Pai e, consequentemente, permanecerão em pecado. Uma vez que a mensagem do Cristo veio para toda a Humanidade, os que dizem enxergar, se farão cegos para as verdades de Jesus.  Porém, o Cristo veio abrir os olhos aos cegos do mundo, aos que não admitem mais enxergar e, portanto, estão cegos para as coisas mundanas, ou seja, se encontram preparados para a mudança interior.
A reforma íntima é portanto o caminho para a cegueira no mundo, para a cura da alma e para a clareza espiritual. É o retorno do filho pródigo. Depende de cada um.

O caminho iluminado

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8:12). Que Jesus é a luz do mundo, não há dúvidas. Contudo, nós conseguimos absorver esse ensinamento do Mestre em toda a sua extensão? Conseguimos vivenciar esse conhecimento no nosso cotidiano? Se nós seguíssemos verdadeiramente ao Cristo, haveria qualquer motivo para não viver plenamente conforme ele nos ensinou? Aprofundar em seus dizeres é fundamental para alcançar a vida plena, repleta de conquistas íntimas no campo espiritual.
            Em João 12: 35-36, Jesus nos orienta dizendo que “ainda por um pouco a luz está convosco. Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; e quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a luz, crede na luz, para que vos torneis filhos da luz (...)”. Sendo Jesus a luz do mundo e tendo dito que quem o segue não andará nas trevas, como podemos interpretar seu ensinamento quando nos orienta a andar enquanto temos luz, para que as trevas não nos apanhem?
Podemos interpretar essas passagens de Jesus como sendo a busca pelo conhecimento (“conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, João 8:32). Nesse sentido, as trevas significam a ignorância. Enquanto permanecermos nas trevas da ignorância, não aceitaremos os sublimes ensinamentos do Cristo. Porém, ao identificarmos a verdade dos ensinamentos de Jesus, não podemos correr atabalhoadamente como se tudo fosse fugir às nossas mãos. Quando disse “andai enquanto tendes a luz”, o Mestre galileu nos orienta a não agir com ansiedade, mas com cautela, com calma, de forma a absorver o máximo ao nosso alcance e, principalmente, transmutar os sentimentos negativos em sentimentos edificantes e sublimes (Alírio de Cerqueira Filho, Parábolas Terapeutas, cap. 3). Tais sentimentos edificantes são conquistados aos poucos, caminhando dentro dos limites de cada experiência reencarnatória.
Tenhamos, contudo, cautela e avaliemos a nossa própria evolução nos ensinamentos do Cristo. Ao nos compararmos com outra pessoa, poderemos nos frustrar, uma vez que cada um possui conhecimentos próprios adquiridos ao longo dos milênios de evolução. Olhemos para nós mesmos, entendamos os nossos sentimentos mais íntimos e as nossas tendências, voltemo-nos para o nosso próprio interior, “em espírito e verdade”. A ignorância não é o pouco conhecimento que temos comparado com outros irmãos, mas é fruto de nossa ilusão nos bens materiais, alimentada pela nossa teimosia. Assim, poderemos compreender que as trevas são a ignorância na qual teimamos em permanecer quando já temos potencial para avançar.
As trevas não existem para quem permanece com o Cristo e para quem busca a Deus. Vejamos Ezequiel 34:14: “Apascentá-las-ei de bons pastos, e nos altos montes de Israel será a sua pastagem”. Deus nos fornece os “bons pastos”, que são os alimentos espirituais, os quais estão “nos altos montes de Israel”, ou seja, nos pontos mais altos que podemos alcançar nos momentos de prece.
É a reforma íntima que nos remete ao Criador, que nos eleva cada vez mais aos “altos montes de Israel”. Não é mais o momento de ficarmos remoendo o passado como crianças aduladas à espera de alguém que nos alimente os melindres. Podemos aprender com o passado, mas não devemos viver os momentos como se pudéssemos modifica-los. É tempo de nos reconhecermos como espíritos imortais, dotados de potencial ilimitado para o bem, de vislumbrar a vitória pelo objetivo alcançado. Deus nos fornece todos os subsídios que necessitamos para vivenciar as experiências ao máximo que podemos, dentro dos nossos limites. Vivamos, portanto, na luz do Criador, refletida pelo Mestre Jesus, o Cristo, a cada um de nós.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Os textos antigos

Muitos de nós já ouvimos falar que espíritas não leem a Bíblia. Pois bem, para a ignorância, nada melhor do que os originais.

Nesse sentido, convido a todos os que compartilham das ideias espalhadas a quatro cantos que o Antigo Testamento é um livro ultrapassado, a ler as questões 59, 275, 560, de O Livro dos Espíritos.

Vou mais além: trago algumas palavras dos próprios Espíritos Superiores. Vejamos um trecho sobre isso na questão 1010: "Logo se reconhecerá que o Espiritismo ressalta a cada passo do próprio texto das Escrituras sagradas. Os Espíritos não vêm, pois, destruir a religião, como alguns o pretendem, mas, ao contrário, vêm confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis".

Kardec nos exorta a buscar conhecer antes de criticar. Compartilho um trecho da Conclusão de O Livro dos Espíritos: "Zombar de uma coisa que não se conhece, que não se sondou com o escalpelo do observador consciencioso, não é criticar, é fazer prova de imprudência e dar uma infeliz ideia de seu próprio julgamento".

Portanto, companheiros, vislumbramos um oceano de ensinamentos no Antigo e no Novo Testamentos e nos preocupamos com uma pequena onda que se forma na areia da praia e logo some.

Quando perguntado sobre o Antigo e o Novo Testamentos, Emmanuel foi categórico em O Consolador. Vejamos as perguntas 267, 281 e 282.


267 –Qual a posição do Velho Testamento no quadro de valores da educação religiosa
do homem?
-No quadro de valores da educação religiosa, na civilização cristã, o Velho
Testamento, apesar de suas expressões altamente simbólicas, poucas vezes acessíveis
ao raciocínio comum, deve ser considerado como a pedra angular, ou como a fontemáter
da revelação divina.



281 –A leitura do Velho Testamento e do Evangelho, nos círculos familiares, como é de
hábito entre muitos povos europeus, favorece a renovação dos fluídos salutares de paz
na intimidade do coração e do ambiente doméstico?
-Essa leitura é sempre útil, e quando não produz a paz imediata, em vista da
heterogeneidade de condições espirituais daqueles que a ouvem em conjunto, constitui sempre proveitosa sementeira evangélica, extensiva às entidades do plano invisível,
que a assistem, sendo lícito esperar mais tarde o seu florescimento e frutificação.


282 –Se devemos considerar o Velho Testamento como a pedra angular da Revelação
Divina, qual a posição do Evangelho de Jesus na educação religiosa dos homens?
-O Velho Testamento é o alicerce da Revelação Divina. O Evangelho é o edifício
da redenção das almas. Como tal, devia ser procurada a lição de Jesus, não mais para
qualquer exposição teórica, mas visando cada discípulo o aperfeiçoamento de si
mesmo, desdobrando as edificações do Divino Mestre no terreno definitivo do Espírito.



Portanto, meus amigos, entre os que elaboram teorias contrárias aos textos antigos e as obras fundamentais da Doutrina Espírita, sou levado pelo bom senso, pela lógica e pela razão: fico com a Doutrina Espírita, o que é a mesma coisa que ficar com a Bíblia.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Palavras de Alcíone

Peço licença para compartilhar com vocês as palavras sábias de Alcíone (Emmanuel, Renúncia):

"O ensinamento de Jesus é vibração e vida, e como o estudo mais simples demanda o esforço de comparação, não podemos versar o Evangelho sem esse esforço. Muitos procuram, nestas páginas [Novo Testamento], somente motivos de consolação, esquecendo a essência do ensino. Mas seria um contra-senso vir o Mestre a nós, dos espaços gloriosos da imortalidade, apenas para nos adoçar o coração onusto de perversidades e fraquezas humanas. Jesus é a fonte do conforto e da doçura supremos. Isso é inegável. No entanto, reconhecemos que uma criança, que somente receba consolações e mimos paternos, arrisca-se a envenenar o coração para sempre, na sede insaciável dos caprichos. Não; não devemos acreditar que o Cristo só haja trazido ao mundo a palavra revigoradora e afetuosa, senão também um roteiro de trabalho, que é preciso conhecer e seguir, em que pesem às maiores dificuldades. Para isso, é indispensável tomar os nossos sentimentos e raciocínios como campo de observação e experiência, trabalhando diariamente com Jesus na construção da arca íntima da nossa fé."

Portanto, tomemos as lições do Mestre Galileu e trabalhemos pelo Bem Universal, como colaboradores da Divina Obra em nós mesmos.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal : o Cristo em você


“E, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.” (João 17:5)

            Comemoramos o aniversário de Jesus em uma data que representa o seu nascimento na Terra: o dia 25 de dezembro.
           Porém, se Jesus, o homem, possui uma data que representa o seu aniversário de nascimento na Terra, o Cristo se encontra em trabalho constante junto à Terra e, consequentemente, junto à humanidade terrestre desde “antes que houvesse mundo”.
            Jesus nasceu na manjedoura, mas o Cristo ainda não nasceu nos corações da maioria dos que habitam esse planeta. Vinícius (pseudônimo de Pedro de Camargo), em seu livro “Em torno do Mestre”, nos questiona sobre a influência do Natal, do nascimento de Jesus, em nossas vidas. O nascimento de Jesus tem provocado mudanças na sua vida? Você está pronto para deixar a luz do Cristo nascer em seu coração? E, você tem se colocado à disposição do Mestre Nazareno para extinguir o mal sobre a Terra? O que você tem feito ao seu próximo? Essas são as perguntas que podemos nos fazer antes de comemorar o Natal.
            Vinícius continua: “Se permanecermos alheios ao natal de Belém, quanto à sua eficiência em nossas almas, tudo o que fizermos para comemorar tão auspiciosa data histórica será vão e vazio, visto como Jesus nasceu para nos salvar do pecado, para nos remir da servidão, dos vícios e das paixões. Se nos conservamos na iniquidade do século e nos afazemos à escravidão, aquele natalício ainda não se realizou: nada temos, portanto, que comemorar”.
            Os sinceros seguidores do Cristo não podem se esquecer de que “a manjedoura é o teatro de todas as glorificações da luz e da humildade e, enquanto alvorecia uma nova era para o globo terrestre, nunca mais se esqueceria o Natal, a ‘noite silenciosa, noite santa’ ” (Emmanuel, A Caminho da Luz). A lição do Cristo-Jesus encarnado na Terra se inicia em uma humilde manjedoura, como a dizer para a humanidade que não importa qual a sua origem, todos têm um destino certo, que é a ressurreição da alma, a libertação espiritual, no encontro com o Pai Celestial. “Se Jesus não nascer e crescer na manjedoura de nossa alma, em vão os Anos Novos se abrirão iluminados para nós” (Emmanuel, Fonte de Paz). Todos os dias, o Cristo espera seu nascimento não mais na manjedoura, mas nos nossos corações.
            O Cristo nasce todos os dias para os que sofrem com bom ânimo, para os que trabalham no bem, para os que estão aflitos pelas provas ou pelas expiações, mas glorificam a Deus pelas oportunidades de redenção. O Natal ocorre para todos os que doam água aos que têm sede, aos que doam coberta aos que têm frio, aos que ouvem os aflitos, aos que se juntam ao exército do bem sob o comando do divino Mestre.
            A data de 25 de dezembro não deve ser vista como uma mera comemoração, mas um atendimento aos chamados de Jesus. Aproveitemos, portanto, a congregação em nome do Cristo, para que todos nós possamos nos unir pela transformação da Humanidade terrestre, que estejamos unidos permanentemente em Cristo e glorifiquemos a Deus, nosso Pai.

domingo, 16 de setembro de 2012

O papel dos pais na educação dos filhos


             Vou falar como filho, como pai e como marido, compartilhando com vocês as minhas leituras e as minhas experiências.
Não posso deixar de citar a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a interrupção da gestação de anencéfalos.
                Mães, amem seus filhos. Se ele ainda está em seu ventre ou se já está ao seu lado, ame-o, pois ele é um presente de Deus e merece a oportunidade de viver em nosso mundo.
“A mulher que abraça de coração alegre e devotado as tarefas da organização familiar é sempre abençoada e assistida com extremo carinho pela Divina Providência.”
                O espírito que encarna como mulher tem a oportunidade de adquirir afetividade, ternura, sensibilidade, carinho, delicadeza. O que podem realizar quando esclarecidas nos ensinos do Divino Mestre Jesus em seu Evangelho?
                Segundo Emmanuel, no livro MÃE (ditado a Chico Xavier), “Não basta alimentar minúsculas bocas famintas ou agasalhar corpinhos enregelados. É imprescindível o abrigo moral que assegure ao espírito renascente o clima de trabalho necessário à própria sublimação. Muitos pais garantem o conforto material dos filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono.”
                Parto do princípio que o Evangelho de nosso Mestre Jesus contém tudo o que necessitamos para o nosso aperfeiçoamento moral. É o Evangelho, portanto, o nosso livro-guia, a palavra de Deus na Terra. Pais não precisam de títulos acadêmicos para melhor instruir e orientar seus filhos, mas necessitam abrir o coração para os sublimes ensinamentos do Mestre Jesus.
                Nesse sentido, gostaria de citar João 19:25: “E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena.” Maria de Nazaré estava ao lado do filho, como a ampará-lo naquele momento de dor, amparar Jesus de Nazaré, o maior homem que já pisou nos solos de nosso planeta.
                E nós? Quem recebemos em nossos lares? Recebemos por filhos os filhos de Deus. E quando Deus nos perguntar: “que fizeste do filho confiado à vossa guarda?” o que responderemos? Estamos prontos para assumir a responsabilidade? Temos, portanto, obrigação em aproximar de Deus essas almas a nós confiadas.
                Se cumprirmos bem essa tarefa, receberemos a recompensa de ver nossos filhos cada vez mais próximos de Deus e, portanto, no caminho da felicidade.
                Porém, se cumprirmos mal, poderemos receber como castigo a visão de nossos filhos entre os infelizes, entre os sofredores. Nesse caso, perturbados e atormentados pelo remorso, pediremos para reparar as nossas faltas, o que pode ser feito por meio de uma nova encarnação para nós e para as almas que deixamos de orientar. Assim, teremos nova oportunidade de apresentar-lhes o Evangelho de Jesus, na teoria e na prática.
                O papel da mãe é fundamental, pois a mulher tem a sensibilidade que lhe é natural e ela pode, mais do que o homem, auxiliar no processo de libertação das almas a ela confiadas.
Segundo Isaías 127:3: “Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.” E Paulo nos esclarece, em Efésios 6:4: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.” E, ainda, em Provérbios 29:15-17: “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe. Quando os perversos se multiplicam, multiplicam-se as transgressões, mas os justos verão a ruína deles. Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma.”
                É necessário, portanto, apresentar aos nossos filhos a moral do Cristo, os ensinamentos cristãos que os conduzirá ao Criador.
Nem toda mulher pode ser mãe, mas as que Deus abençoou com essa doce tarefa devem agir com responsabilidade e com amor. A mãe cuida do filho enquanto ele está em seu ventre. Cuida dele enquanto ele necessita de cuidados constantes, durante a infância. A mãe tem paciência e amor quando os filhos se encontram na adolescência. A mãe ampara os filhos quando eles são adultos. O trabalho da mãe não termina.
Portanto, filhos, amem as suas mães. Mães, amem os seus filhos.
                Conforme Colossenses 3:18-25: “Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor. Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura. Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor. Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados. (...) A Cristo, o Senhor, é que estais servindo; pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas.”              
                Somos todos nós filhos de Deus Pai.
                Coloquemos o Evangelho de Jesus em nossos corações e sejamos servos do Cristo, cooperando para o Bem Universal.
                Mães, recebam seus filhos com todo o amor que puderem. Deem graças a Deus por poderem gerar um filho. Não desperdicem essa santa oportunidade, mesmo que endossada pelas leis do homem. O mal é o mal, mesmo que todos façam. O bem é o bem, mesmo que ninguém faça. Sejam fiéis aos desígnios de Deus e permaneçam firmes.
                Filhos, amem suas mães, mesmo que elas não ajam da forma que vocês gostariam. Elas nos foram enviadas por Deus para nos orientar no caminho que leva a Ele. Elas são anjos do Senhor que velam pelo nosso sono, mesmo que à distância.
                No livro O Consolador, na pergunta 108 (“Onde a base mais elevada para os métodos de educação?”), Emmanuel nos esclarece: “As noções religiosas, com a exemplificação dos mais altos deveres da vida, constituem a base de toda a educação, no sagrado instituto da família”.
                Mãe, edifique seu lar em acordo com o Evangelho do Cristo. Os que compartilham contigo o lar da terra serão eternamente gratos por você lhes mostrar o verdadeiro caminho para a felicidade.

domingo, 26 de agosto de 2012

Reforma íntima


“A bendita renovação da alma pertence àqueles que ouviram os ensinamentos do Mestre Divino, exercitando-lhes a prática. Muitos recebem notícias do Evangelho, todos os dias, mas somente os que ouvem estarão transformados.” (ditado por Emmanuel a Francisco Cândico Xavier, no livro Caminho, Verdade e Vida)
Nós conhecemos, de fato, Jesus de Nazaré? Estabelecemos sintonia com o Rabi da Galileia? Na citação acima, Emmanuel é enfático quando nos alerta que a renovação da alma ocorre para os que praticam os ensinamentos de Jesus. Buscamos novas mensagens quando sequer compreendemos as antigas. É importante não somente conhecer o Evangelho de Jesus, mas praticá-lo em todos os momentos. Conforme nos orienta Emmanuel, apenas os que ouvem os ensinamentos do Mestre estarão transformados. Ouvir com a alma, com o coração, sem ansiedades, sem desesperos e sem sentimentos de culpa. Nós temos nossas limitações e Deus não nos pede mais do que somos capazes de cumprir. Portanto, é importante andar firme, em constante transformação, sempre alerta às orientações e ensinamentos do Divino Mestre e seus mensageiros, encarnados ou desencarnados. Porém, sem nos cobrar em demasia, para que permaneçamos fiéis aos nossos propósitos de redenção.
Muitas das vezes, almejamos as glórias da perfeição, sem querer abrir mãos dos prazeres mundanos, materiais. Queremos ouvir os cantos dos anjos, mas voltamos nossa atenção aos ruídos perniciosos que ainda nos atraem à atenção. Damos um passo rumo ao Pai, mas damos dois de retorno aos nossos erros, quando atraímos novas dívidas.
Frente às dúvidas que ainda se fazem presentes aos nossos corações, Emmanuel nos esclarece que “toda reforma terá de nascer no interior. Da iluminação do coração vem a verdadeira cristianização do lar, e do aperfeiçoamento das coletividades surgirá o novo e glorioso dia da Humanidade.” (Emmanuel, no livro Dissertações Mediúnicas)
Olhamos muito à nossa volta, buscando os erros dos nossos irmãos com o intuito, algumas vezes inconsciente, de nos elevarmos perante os tropeços dos outros. Dormimos na ignorância de buscar a reforma no exterior, nos comparando aos nossos irmãos de jornada.
Escolhemos a caridade, tomando como lema “fora da caridade, não há salvação”. Porém, muitas vezes nos esquecemos da caridade para com o próximo mais próximo, dentro do nosso lar. Fazemos parte de grupos que levam o amor aos que sofrem, mas não enxergamos as lágrimas dos que convivem conosco. Em certas ocasiões, procuramos atividades externas ao nosso lar como forma de fuga de nossas responsabilidades familiares.
Atentemos aos esclarecimentos de Lamennais, quando nos disse “sois todos deuses, quando percorreis a Terra em nome da caridade; mas sois filhos do mundo quando contemplais os sofrimentos atuais da Humanidade e não pensais em seu futuro divino. Homem! que aquela palavra seja lida por teu coração e não por teus olhos de carne. O Cristo não erigiu um Panteão: ergueu uma cruz. (ditado por Lamennais ao médium A. Didier, na Sociedade Espírita de Paris, Revista Espírita, fevereiro de 1862)
A caridade é, sem dúvida, a prática do amor, o que nos leva ao Pai. Porém, Deus lê as nossas intenções no mais profundo da nossa alma. Quando fazemos a caridade, lembremo-nos de que o mais abençoado somos nós mesmos. Diminuir a dor do outro pode enxugar as nossas próprias lágrimas, quando nossa intenção é servir aos desígnios do Criador e seguir as orientações sublimes do nosso Mestre maior.
O Cristo nos deixou o Seu Evangelho para nos orientar em nosso caminho ao Pai. Lamennais nos orientou a ler os ensinamentos de Jesus com o coração, para não utilizarmos a caridade para satisfação pessoal, egoísta, mas com o propósito único de distribuir o amor.
O encontro com Jesus ocorre todos os dias. Jesus se apresenta a nós a todos os momentos, não somente para aliviar a nossa dor, mas também para nos exortar a buscar o que Ele nos oferece para a nossa transformação. Lembremo-nos que Ele nos disse: “mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.” (João 4:14)
Aonde encontramos a fonte de água viva? O Evangelho de Jesus é o fiel condutor de nossas almas. Com a sua prática, beberemos da fonte de água viva e jamais teremos sede.
Cabe a cada um de nós criar, em nós mesmos, as melhores condições para que sejamos os escolhidos. Não basta fazer a caridade, não basta conhecermos o Evangelho. É preciso que nos entreguemos, com fé, a Deus, nosso Pai. E pratiquemos o Evangelho em todos os locais, em todos os momentos. Às vezes, temos a ilusão de praticar a caridade, quando, no nosso íntimo, buscamos satisfação pessoal com a compra da entrada para o Reino de Deus.
Como disse Lamennais, “Cristo não erigiu um panteão: ergueu uma cruz”. Para que seu martírio não tenha sido em vão, cabe a cada um de nós buscar a nossa cruz e segui-Lo.
No Apocalipse, João nos esclarece que “Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. (Apocalipse 21:6)
            A única água que matará a nossa sede é a oferecido por Jesus. Busquemos o Mestre, pratiquemos a caridade com o amor que nos é possível doar, e encontraremos a fonte da água viva. Sem culpas, sem ansiedade, comecemos a nossa reforma íntima na intimidade do lar, compreendendo que Deus nos deu uma oportunidade de reconciliarmo-nos com os nossos próximos, enquanto estamos no caminho com eles, conforme Jesus nos ensinou.